Trilogia da Fundação, de Isaac Asimov

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Após milênios de constante progresso, o Império Galático começou a apresentar indícios de um declínio. A partir desses sintomas de queda, um grupo de cientistas, liderados por Hari Seldon, resolveram criar uma nação responsável por armazenar todo o conhecimento acerca da era imperial, além de elaborar um plano capaz de guiar o desenvolvimento dessa nova comunidade. Esse novo espaço foi denominado Fundação.

Em Fundação, encontram-se cinco contos responsáveis por introduzir elementos importantes para a história da nova nação: os psico-historiadores, os enciclopedistas, os prefeitos, os comerciantes e os príncipes mercadores. Os grupos apresentam funções distintas, mas juntos devem garantir a manutenção do Plano Seldon, segundo o qual a Fundação irá sempre prosperar. É nesse volume que o Asimov apresenta um dos pontos mais interessantes da série: a psico-história. 

De acordo com a psico-história, elaborada pelo grande Hari Seldon, é possível determinar a probabilidade de comportamentos das massas. Ou seja, o cientista acredita que não é possível indicar as ações individuais, mas sim aquelas provocadas por multidões. Essa ideia de prever a reação da população frente a determinados acontecimentos é o fator fundamental para o estabelecimento de um plano de desenvolvimento, a partir do qual são enumeradas crises pelas quais a Fundação deve passar e suas respectivas vitórias. 

Em Fundação e Império, nós temos a narrativa de um primeiro grande conflito entre esses dois espaços: aquele cujo declínio foi decretado por um conjunto de estudiosos e aquele criado pelo mesmo grupo com o intuito de dar início a um novo império. Nesse volume, é introduzido um personagem que contraria o Plano Seldon. Afinal, a psico-história desse cientista não é capaz de efetuar previsões quanto a indivíduos isolados. Nesse contexto, o elemento imprevisível busca concretizar a construção do Segundo Império Galático antes do período previsto por Seldon e para isso passa a disputar com Trantor, capital do Primeiro Império, e a própria Fundação. 

Por fim, Segunda Fundação é dividido em duas partes. A primeira dá continuidade ao que foi descrito na reta final do livro anterior, portanto, descreve ações daquele personagem imprevisível, agora denominado Primeiro Cidadão, e sua ânsia por realizar conquistas. Já a segunda parte ocorre algum tempo depois e retoma a busca pela Segunda Fundação, iniciada pelo tal personagem. De acordo com o depoimento deixado por Hari Seldon, existiam duas Fundações, cada uma em um extremo da Galáxia, e essa procura é o que torna a leitura do terceiro volume da trilogia tão frenética. 

Aspectos importantes sobre essa obra são o tempo de duração e os personagens. De um volume, ou mesmo de um momento da história, para o outro, costuma ocorrer uma grande passagem de tempo e, consequentemente, há uma constante mudança de personalidades principais. Esse fator acaba confundindo o leitor, principalmente no início dos capítulos, mas aos poucos nós nos acostumamos com o novo ambiente criado. 

Sem dúvidas, o meu elemento favorito da Trilogia da Fundação é a psico-história. Apesar de se tratar de uma ficção científica, esse estudo promove uma carga sociológica muito interessante e da qual eu gosto bastante, evidenciada tanto no início quanto no desfecho dessa trama. Os fatores sociais sempre me conquistam mais do que os científicos, por mais que pertençam a um livro desse gênero. Dessa forma, mais uma vez o Asimov me ganhou por relacionar a ciência tecnológica, digamos assim, com o caráter humano, através das implicações de seus avanços em uma sociedade. 

O último volume é o que eu mais gosto, justamente por trazer essa busca agitada pela Segunda Fundação, que tem uma estrutura social um tanto diferente da primeira e bastante intrigante, por conta do mistério que a cerca. Outro elemento bacana desse livro é o desenvolvimento de uma personagem feminina que acaba fugindo um pouco do tipo feminino inserido pelo Asimov em outros momentos, como no livro Pedra no Céu e no primeiro volume dessa trilogia. Arcádia, personagem à qual me refiro, se mostra bem determinada a participar do processo de procura pela outra nação criada por Seldon, apesar de sofrer algumas influências no meio de sua trajetória. 

Resumidamente, a Trilogia da Fundação retrata o declínio de um Império, a construção de uma nova comunidade e o poder científico nesse cenário. Isaac Asimov elabora um universo muito interessante e mantém o clima de conspiração a todo o momento, ilustrando o contexto no qual o Plano Seldon foi criado e aquele em que passou a ser aplicado. Além disso, levanta questões sociais importantes, como o uso do conhecimento e da religião como armas de guerra do primeiro volume da série.


Minha Estante #104
Título: Fundação - Fundação e Império - Segunda Fundação
Autor (a): Isaac Asimov
Editora: Aleph
Nota: 4/5 - 4/5 - 5/5
Onde comprar: Amazon 


Já leram a Trilogia da Fundação? O que acharam? Me contem nos comentários!
Beijos e até o próximo post!

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